A Raça Garrana
Características:
O garrano (Equus caballus) é um cavalo de pequeno porte, 1, 32 m em média, e perfeitamente adaptado à montanha. A pelagem castanha, a crina longa e escura e a cauda comprida e espessa caracterizam-no. As ganachas fortes e musculosas, a garupa quadrada e as ancas grossas combinam com a rusticidade dos terrenos onde habita. A cabeça, fina mas vigorosa, nos machos é grande em relação ao corpo. O perfil recto, por vezes côncavo, os olhos expressivos, as narinas largas e um penacho de pelos sob os lábios completam o retracto dos garranos bravios
Comportamento:
Normalmente vivem em éguadas lideradas por um macho.
O núcleo que vive em estado selvagem no PNPG está organizado em grupos mais ou menos estáveis. O grupo é bastante coeso na época da reprodução embora por vezes algumas fêmeas se isolem temporariamente. O macho impõe-se de forma a manter a unidade entre as fêmeas que o acompanham, não permitindo que estas se afastem muito. Quando se apercebe da falta de alguma das suas companheiras, chega mesmo a ir procurá-la, reconduzindo-a em seguida para junto das restantes. Quando, por qualquer razão, algumas das fêmeas se separam por uns dias do seu grupo, o macho quando as encontra mostra bem o seu descontentamento através de atitudes agressivas - com relinchos curtos e soltos e dentadas firmes. A dominância por parte do macho para manter a coesão do grupo também está patente nas suas atitudes perante a proximidade de qualquer elemento estranho. Quanto mais tensa for a situação mais energético se torna. O macho é extremamente cioso do seu harém e enfrenta a coice e à dentada qualquer macho que lhe tente roubar uma fêmea.
Distribuição:
Região Norte, em especial nas montanhas do Minho e do Noroeste de Trás-os-Montes, alcançando as Astúrias através da Galiza.
Principais ameaças:
Contaminação genética por cruzamento com cavalos de outra subespécie e predação pelo lobo.






De pequena estatura, cor castanha, membros robustos e curtos, perfil côncavo e pescoço grosso adornado por uma densa crina o Garrano é provavelmente um representante longínquo da fauna glacial do fim do paleolítico. Hoje os exemplares que vivem em estado selvagem são poucos e a raça está classificada como ameaçada.
Nas encostas mais inóspitas do Parque Nacional da Peneda Gerês um grupo de garranos pasta calmamente. A presença de estranhos faz com que o macho relinche e o grupo se afaste. Os potros acompanham a mãe de perto e o macho de orelhas arrebitadas mantêm-se atento. É ele que zela pela coesão do grupo e o homem e o lobo são os seus principais inimigos.
A raça garrana é uma das três raças de cavalos autóctones da Península Ibérica. Originária da fauna glaciar Paleolítica e representante do cavalo do tipo Celta das regiões montanhosas do Nordeste Ibérico, vive actualmente em estado semi-selvagem.
O cavalo garrano foi domesticado há vários séculos e estava perfeitamente integrado na vida rural do sistema agrícola de minifúndio no noroeste português. A mecanização da agricultura provocou o desinteresse dos criadores e o retorno dos animais para as zonas de montanha em regime livre. Nas primeiras décadas do século passado, com a submissão das serras portuguesas ao regime florestal, o garrano quase chegou a desaparecer.
Em 1945, por determinação do sub-secretário de Estado da Agricultura, são seleccionados 21 garranos, do efectivo pecuário local, e libertados no vale do Homem, entre as serras Amarela e do Gerês. O objectivo era fomentar a criação de reservas de animais autóctones em todos os perímetros florestais onde isso fosse possível. Alguns dos animais não se conseguiram adaptar, o que tornou necessário efectuar sucessivas aquisições até obter um núcleo de animais tipicamente serranos.
As razões que levaram à constituição do núcleo de garranos nem sempre foram bem compreendidas Várias vezes tentaram eliminar os cavalos, alegando que evadiam as pastagens destinadas ao gado doméstico e que prejudicavam a flora do Gerês. Mas a eliminação do núcleo de garranos geresiana não se chegou a verificar e em 1970, quando foi criado o Parque Nacional da Peneda Gerês, Lagrifa Mendes defendeu activamente as razões da sua existência. O último grupo de garranos selvagens do Parque Nacional viu assim preservada a sua existência.
Mas no Parque Nacional da Peneda Gerês existem outros garranos, que vivem em regime de semi-liberdade e têm dono. Os criadores particulares deixam os cavalos pastar em liberdade na serra durante todo o ano. Por volta dos dois anos os poldros são capturados e vendidos. Para a maior parte deles, o destino é o talho.
Nas últimas décadas os criadores começaram a libertar no monte outras raças de cavalos. O resultado foi inevitável - os garranos puros começaram a rarear.
Em 1994, o Serviço Nacional Coudélico define o padrão da Raça Garrana e inicia-se o Registo Zootécnico. Nesse mesmo ano a raça é classificada pela União Europeia como “raça ameaçada” e coube à Associação de Criadores de Equinos de Raça Garrana recuperar a raça do perigo de extinção. O Registo Zootécnico permitiu realizar a caracterização zootécnica e determinar o seu efectivo e a sua área de dispersão. Actualmente estão registados cerca de dois mil indivíduos - 1500 adultos e 500 poldros - dispersos por dezassete concelhos nas províncias do Minho e Trás-os-Montes.
Para José Vieira Leite, da Associação de Criadores de Equinos de Raça Garrana, “ a sistemática aferição dos cavalos Garranos ao Padrão traduz-se nas principais característica somáticas da raça.” Mas é preciso fazer mais para preservar a raça. “É necessário diversificar a utilização da raça numa perspectiva de adaptação do potencial do cavalo Garrano a novos utilizadores”. O garrano tem um elevado potencial como raça vocacionada para o turismo e escola de equitação. A exploração do turismo equestre nas regiões de montanha e o uso de garrano no ensino da equitação permite valorizar a raça e garantir o seu futuro


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