A temporada de monta já começou nas regiões mais quentes do Brasil e você pode ser um dos milhares de proprietários que estão pretendendo cobrir sua égua nessa Primavera. Qualquer que seja seu nível de criação - de uma égua mestiça no fundo do quintal até um haras formado com número variável de éguas de qualidade, é importante que você crie uma expectativa realista com relação à preparação e ao manejo reprodutivo de sua matriz. Devemos ter o conhecimento também, de que a égua não é uma das mais eficientes máquinas de reprodução da natureza. Primeiramente em função da própria fisiologia reprodutiva do eqüino que possui inúmeros detalhes e depois por culpa do próprio homem que raramente seleciona os reprodutores por sua capacidade reprodutiva e sim por suas inúmeras habilidades desportivas que nada tem a ver com fertilidade e que acabam forçando a utilização de animais com baixa aptidão reprodutiva que produzem outros animais com baixa aptidão reprodutiva. Comece se perguntando algumas questões. Esteja preparado para discutir suas opções com seu veterinário ou criadores mais experientes que você. Comunicação e entendimento são a chave do sucesso na reprodução de eqüinos. Que método de cobertura eu gostaria de usar? Cobertura Natural Inseminação Artificial Inseminação a fresco: método utilizado para otimizar a utilização do garanhão, que com um único ejaculado, dependendo da qualidade de seu sêmen, pode fertilizar 3 a 6 éguas. Esse sêmen é coletado pelo veterinário em uma vagina artificial, preparado, dividido e inseminado na hora. Pode ser utilizado até 4 horas depois da coleta em temperatura ambiente, o que permite a coleta em um haras próximo para inseminação da égua dentro desse tempo. Evita transporte e estadia da égua em outra propriedade, mas deve-se considerar os gastos com o veterinário com relação à coleta e preparo do sêmen e os exames da égua para o melhor momento de inseminação. A taxa de prenhez desse método é a mesma da cobertura natural. Pode-se ainda regular hormonalmente duas ou mais éguas e insemina-las todas de uma vez, reduzindo o custo por égua. Inseminação com sêmen resfriado: método muito utilizado quando o garanhão está a uma distância considerável da propriedade da égua, impossibilitando o transporte. Nesse caso, o sêmen é coletado e preparado como o sêmen fresco, mas depois é colocado em um recipiente resfriador especial chamado "Equitainer". Esse recipiente nada mais é do que um isopor térmico preparado para manter o sêmen a uma temperatura constante de 4° C por até 60 horas. O nível de fertilidade 24 horas depois da coleta é por volta de 40 a 60%. Assim o sêmen é coletado por exemplo no Rio Grande do Sul e despachado por avião para inseminar uma égua no Rio de Janeiro dentro de um prazo de 24 horas. A vantagem óbvia dessa técnica é a possibilidade da utilização de qualquer garanhão do território nacional com fertilidade normal. A desvantagem é que como a taxa de fertilidade do sêmen cai um pouco mais, o controle do horário estimado da ovulação da égua tem de ser bastante acurado, porque o veterinário vai supor que a égua vai ovular no dia seguinte e ligar pedindo o sêmen no dia anterior. Se ele errar o momento da ovulação todo o trabalho é perdido. Os custos são os de controlar a égua, coletar o garanhão, envio do sêmen por avião, coleta do sêmen no aeroporto de destino , inseminação da égua e retorno do Equitainer vazio por avião. Inseminação com sêmen congelado: uma coisa está mais do que provada: o sêmen do garanhão não é o melhor do mundo para ser congelado. A sua taxa de fertilidade após o descongelamento gira em torno de 30-40% em garanhões considerados bons. Ainda, nem todos os garanhões se prestam para congelamento. Entretanto, o sêmen congelado de animais expoentes é cada vez mais comercializado no mundo todo. É importante lembrar também, que ao contrário dos casos anteriores, onde o dono da égua só vai pagar a cobertura em caso de prenhez; a dose de sêmen congelado é paga independentemente de a égua ficar prenhe ou não. A grande vantagem é a possibilidade de cobertura de sua égua com o melhor garanhão possível em termos internacionais, a utilização de garanhões em plena atividade desportiva e ainda garanhões que já morreram. Como o sêmen congelado tem uma fertilidade menor ainda, é necessário um controle veterinário acurado para apontar com exatidão o momento da ovulação da égua e boa técnica de manipulação do sêmen para proceder a inseminação.
A tecnologia atual dá ao criador um enorme leque de opções para fertilização da égua, caso sua Associação permita.
Vantagens: método que tem o maior índice de fertilidade (70-80%) quando se trabalha com reprodutores normais. Não necessita controle tão restrito do ciclo estral. Método mais barato.
Desvantagens: o risco da égua ser transportada até o local onde se encontra o garanhão, se a égua estiver com potro ao pé o risco é maior ainda. Obviamente a égua só poderá ser servida por garanhões que estiverem nas proximidades, pois se a viagem for de mais de 15 horas, ela tem grandes chances de reabsorver o embrião no retorno para sua casa, caso esteja prenhe de menos de 50 dias. Assim, deve-se levar em conta o preço da estadia no Haras do garanhão.
Vantagens: método que permite a fertilização da égua dentro da propriedade, sem o risco de transportar as éguas e seus preciosos potros por aí.
Desvantagens: necessita de excelente controle do ciclo da égua para obtenção de taxas satisfatórias de prenhez.
Hoje em dia, já existe uma técnica avançada de inseminação artificial para sêmen congelado com o auxílio de endoscópio que deposita o sêmen diretamente na papila da entrada da trompa da égua, aumentando tremendamente as chances de prenhez e ainda com a vantagem de se utilizar apenas ¼ da dose de sêmen congelado por tentativa, fazendo com que a sua dose paga de sêmen renda muito mais. Ainda nos custos deve ser computada a compra de um botijão de nitrogênio líquido para manutenção do sêmen e a reposição mensal de nitrogênio
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